A LUDICIDADE REPRESENTADA PELOS MAPAS MENTAIS DE ALUNOS RIBEIRINHOS NA REGIÃO DE FRONTEIRA BOLIVIANA

Por Gislaina Rayana Freitas dos Santos


Convido vocês a conhecerem as principais atividades lúdicas representadas pelos mapas mentais de crianças e jovens ribeirinhas que vivem às margens do rio Mamoré na fronteira do Brasil com a Bolívia. Destacamos que os mapas mentais são considerados, segundo a teoria de Kozel (2005), como uma linguagem impregnada de significados e valores sociais que refletem a realidade ou vivência social do indivíduo. Nesse sentido, os Mapas Mentais aqui apresentados trazem um recorte das principais práticas lúdicas realizadas por crianças das comunidades “San Roque”, “Barranco Colorado” e “San Lorenzo”, momentos de lazer e interação que fazem parte da vida ribeirinha.

O Mapa Mental 01 foi produzido por uma criança de 14 anos de idade, do sexo feminino, moradora da cidade ribeirinha de San Roque na Bolívia, apresenta várias cenas. No centro do desenho está a criança brincando com bola, ela disse que é futebol, no entanto, ela não está no campo de futebol e esse campo não possui mais crianças. No cenário superior está sua casa com uma árvore e seus frutos. No cenário inferior está o caminho para ir para casa e um carro, logo abaixo está outro caminho de deslocamento que é o rio.

Richter  (2011) acrescenta que os mapas mentais materializam as interpretações, os olhares, as reflexões, os avanços, as relações, os limites, as experiências e os sentimentos dos indivíduos


O Mapa a seguir produzido por uma criança de 12 anos do sexo feminino moradora na cidade de San Lorenzo, cidade ribeirinha da Bolívia, apresenta um desenho na organização em paisagem com uma grande arvore e seus frutos, seu irmão está em baixo da árvore caminhando para uma flor, no centro do desenho está sua casa com janelas abertas grama a criança que desenhou está regando as flores, ela chama as flores de “Flores da Maria”. Na parte superior do desenho está desenhado as nuvens, cada uma com um rostinho, a que está mais próxima do sol está chorando em consequência de está eliminando água, o sol desta criança é sorridente.  Nesse aspecto, tomemos as concepções do brincar para Vygostky (1998), para o qual brincar é um ato social, pois a criança não brinca sozinha: ela tem um brinquedo, um ambiente, uma história, um colega e um professor, que media essa relação e que faz do brincar algo criativo e estimulante. Ao inter-relacionarmos o autor  Vygosty e o desenho da criança percebemos o quão significativo no ato de brincar pode ser realizado em regar de flores.

O Mapa Mental foi desenhado por um menino de 9 anos, este mapa apresenta desenho em uma única cena, um momento em que ele está pescando, em uma grama ou mato baixo, próximo a uma árvore grande. Entendemos que as representações que compõem o mapa mental, como uma expressão do vivido, de uma maneira não linear ao ato da leitura e compreensão, que possibilita uma visão do conjunto, transportando ao leitor uma autonomia para seguir diversos caminhos (RICHTER, 2011).

Uma opinião sobre “A LUDICIDADE REPRESENTADA PELOS MAPAS MENTAIS DE ALUNOS RIBEIRINHOS NA REGIÃO DE FRONTEIRA BOLIVIANA

  • 01/09/2022 em 22:00
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    Que lindo, me lembro quando meu filho fazia seus desenhos em forma de rabiscos que para mim não tinha significado algum, mais para ele representava algo um animal, personagens, prédios e outros; entendo o quanto esses momentos foram importantes para ele e para mim, pois nos relacionavamos nas tentativas de descobrir cada rabiscos, que ele dava vida cada um.

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